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terça-feira, 24 de abril de 2012

Gabriel O Pensador desabafa após polêmica no RS: 'Estou de saco cheio'



Músico diz que os R$ 170 mil 'estão dentro do valor de mercado'. Valor abrange 2 mil livros que seriam distribuídos e show em Bento. Envolvido em uma polêmica no Rio Grande do Sul, o músico e escritor Gabriel o Pensador desabadou nesta terça-feira (24). Em entrevista ao G1, falou sobre o cachê de R$ 170 mil que seria pago pela prefeitura de Bento Gonçalves para que ele participasse da Feira do Livro da cidade, que ocorre de 9 a 20 de maio na Praça Centenário, com o tema "Literatura e Cinema". O artista, que tem três livros publicados, deixou claro que o valor que receberia não está só atrelado ao fato de ser o patrono do evento. O dinheiro seria usado para comprar duas mil unidades das duas primeiras obras do autor – Diário Noturno e Um Garoto Chamado Rorbeto – e ainda bancaria um show ao ar livre no encerramento da Feira, com entrada franca para toda a população.

Gabriel o Pensador está em Bento Gonçalves nesta terça-feira (24) para definir se irá participar do evento. Irritado com toda a polêmica, o artista não descarta cancelar sua participação na Feira do Livro. Confira a entrevista completa concedida ao G1: G1 - O que você está achando desta polêmica envolvendo sua participação na Feira do Livro de Bento? Gabriel O Pensador - Estou de saco cheio. Estou em Bento Gonçalves e lá vou dar uma entrevista para esclarecer e resolver o que vai ser feito. A reação me surpreendeu. O valor está dentro do mercado para um show e a venda dos livros. A prefeitura que preferiu juntar estas ações à Feira do Livro. Tudo foi feito às claras, mas isso me incomodou muito. Estou repensando se vale a pena participar do evento. Estou de cabeça quente com toda esta história. Fico triste porque sei que tem muita gente que gostaria que eu participasse. Quando anunciaram que eu iria para o Sul, recebi muitas mensagens de pessoas que estavam amarradonas que eu participaria da Feira do Livro em Bento Gonçalves.

G1 - Você poderia esmiuçar o valor de R$ 170 mil que seria pago por sua participação no evento? Gabriel - A prefeitura planejava distribuir nas escolas municipais 2 mil unidades das minhas duas primeiras obras lançadas. Cada livro custa R$ 35. O total só em livros chega a R$ 70 mil, se contarmos os impostos. Outra parte do cachê seria por um show, que seria em praça pública, no encerramento do evento. O cachê é de R$ 60 mil, mais os custos de passagens para a banda, hospedagens e impostos. Faço trabalhos para prefeituras a vida inteira. Vejo isto como um incentivo à educação e tenho orgulho do que faço.

 G1 - E a reação de autores gaúchos contra a sua presença na feira do Livro em Bento. O que você achou? Gabriel - Foi levado para o lado político e tem um grupo que é contra a prefeitura. A reação dos autores ganhou um eco muito grande. O tom que o Fabrício Carpinejar (escritor gaúcho) usou, ao citar que a prefeitura faria economia convidando autores locais para ser o patrono da feira levou a conversa para um clima ruim. A prefeitura queria incentivar o público que não está acostumado a ler a ir na Feira. Eu compreendi isto como um investimento válido. A ideia era boa. Não tinha nada fora da realidade. A coisa ficou mal esclarecida. sempre fiz meu trabalho valorizando coisas boas. meu trabalho como escritor é este. O que vem antes para mim é o prazer das pessoas em me receberem.

G1 - Você acha que sua imagem pode ficar abalada com os gaúchos? Gabriel - Acho que minha imagem tem uma credibilidade muito grande. Pode ficar abalada com quem lê as coisas por alto ou não tem a informação completa. Isto sim pode desgastar e atrapalhar em todos os sentidos. Tenho que ficar explicando e esclarecendo a origem da polêmica. É um desgaste entre a prefeitura de Bento Gonçalves e os autores. Eu não tenho nada a ver com isto.

G1 - Como é sua trajetória como escritor, Gabriel? Gabriel - Tenho três livros publicados. O que a prefeitura planejava distribuir são os dois primeiros que lancei. Minha primeira obra é "Diário Noturno", que fala das minhas influências, traz poemas, crônicas, memórias, experiências como cantor e compositor e da minha a relação com a família e com os fãs. O segundo livro é "Um garoto Chamado Rorbeto". Este livro fala de alfabetização e como aceitar as diferenças, já que o menino não tem um dedo da mão direita. O terceiro livro que eu lancei fala do Flamengo.


G1 - Você cogita cancelar a sua participação na Feira do Livro de Bento Gonçalves? Gabriel - Estou insatisfeito. Não tem preço que pague isto. Nunca envolvi meu nome com nada mal explicado. Talvez eu mesmo tome a iniciativa de cancelar minha participação. Eu gostaria que todos entendessem a história como ela é de verdade. O que importa é continuar sendo respeitado como sempre fui pelos moradores de Bento Gonçalves".

Fonte: G1

Explicação do Gabriel O Pensador, seu sua page no Facebook também: https://www.facebook.com/GabrielOPensadorOficial

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